Dr. Marcos Tcherniakovsky cita práticas simples que ajudam a reduzir incômodos da doença.
É um fato de que ainda há um longo caminho a se percorrer a respeito da endometriose, mas, hoje também há muito conhecimento relacionado à doença e expectativas de que ele cresça cada vez mais. Os desconfortos e as dores incapacitantes são os sintomas mais conhecidos. O motivo é claro: viver com dor não é bom para ninguém. Por isso, o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e obstetra, especialista em endometriose, separou quatro dicas simples que ajudam a prevenir as dores da endometriose e explica sobre cada uma delas. Veja a seguir:
Bloqueio da Menstruação
“Quando a endometriose é diagnosticada, uma das primeiras medidas que tomamos é o bloqueio da menstruação. Este é um período em que as mulheres que vivem com a doença mais sofrem com os sintomas de dor e cólicas intensas. Por este motivo, a intenção é minimizar o máximo possível todo esse período de desconforto para dar a elas uma maior qualidade de vida”, explica o especialista.
Lembrando que a endometriose é a presença de tecido do endométrio, camada que reveste o útero e que é expelido durante a menstruação, para fora da cavidade uterina. Esse tecido pode se alojar nos ovários, tubas, peritônio (tecido que reveste o abdômen), podendo atingir até mesmo o intestino e bexiga ou outros órgãos a distância como diafragma, fígado, entre outros. Além de ter diferentes graus e intensidade.
Alimentação Saudável
Uma alimentação saudável e balanceada é uma dica útil para melhorar a saúde mundial. Quando o assunto é uma mulher com endometriose, o médico explica que esse cuidado deve ser redobrado, afinal, existem alimentos que causam desordem ao organismo que, somados a doença, podem gerar ainda mais desconfortos.
Comidas ultraprocessadas, ricas em sal e gordura, por exemplo, devem ser evitadas, pois elas retêm líquidos, fazendo o corpo inchar e ficar mais suscetível as dores. Já as carnes vermelhas contem tanta gordura saturada que pode aumentar os níveis de estrogênio que, no período menstrual, colaboram com a piora dos sintomas. Além disso, é importante evitar café, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em açúcar.
Atividade Física
Assim como uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos é um poderoso aliado da saúde. Com a realização regular da atividade, o corpo libera endorfina, uma proteína com grande poder analgésico. Essa proteína tem a capacidade de neutralizar a adrenalina e o cortisol, substâncias liberadas pelo estresse. Também inibe o FSH (folículo-estimulante), que serve como um combustível para o endométrio se desenvolver. Com o estímulo da endorfina, consequentemente, o crescimento do tecido intruso é desacelerado, o estresse diminuído e as dores reduzidas.
Controle do Estresse
A ansiedade, o estresse e a depressão devem ser considerados quando se fala em endometriose. Esse trio é uma grande interferência negativa para a qualidade de vida de qualquer paciente com dor crônica. De acordo com o médico, não se deve desassociar o aspecto psicológico da doença e as suas consequências no corpo. “Afinal, estar diante de uma patologia que não tem cura, deve ser tratado com tato e responsabilidade. Uma dica fundamental para o início do tratamento é incentivar que a paciente busque o que lhe traga relaxamento. Se necessário, o acompanhamento psicológico também é recomendado. Assim, ela terá suporte para lidar com toda a carga emocional que a endometriose gera na vida de uma mulher”, finaliza Tcherniakovsky.
Dr. Marcos Tcherniakovsky é Ginecologista e obstetra – Especialista em Vídeo-Endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia) e Endometriose. Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É médico responsável na Clínica Ginelife.
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