Dor pélvica: diferentes doenças e mesmos sintomas
“Desconforto abdominal, cólicas fortes e dores diretamente na região pélvica são apenas algumas maneiras que o corpo encontra para sinalizar que algo não vai bem na saúde da mulher”, comenta o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e obstetra, especialista em endometriose.
De acordo com o Atlas da Saúde de Portugal, as possibilidades são variadas, incluem problemas de ordem: ginecológica, como endometriose, adenomiose, mioma, cistos, inflamações pélvicas; neurológica, como decorrentes de complicações cirúrgicas na região abdominal; gastrointestinal, como intestino irritado, constipação; urológicas, como infecção urinária, inflamação na bexiga, pedra nos rins; musculoesqueléticas, como hérnia, postura, compressão de nervos; e até mesmo psicológicas e emocionais, como ansiedade e depressão.
São consideradas dores pélvicas aquelas na região do baixo abdome, ou seja, abaixo do umbigo. Dessa forma, qualquer dos órgãos dessa localização podem ser os causadores da dor: músculos, intestinos, ovários, trompas, bexiga e nervos.
“As mulheres sofrem com dores pélvicas, muitas vezes, por confundí-la com cólicas pré-menstruais, pois há um processo cultural de normalizar essas dores. Mas viver com dor não é normal, por isso um acompanhamento regular com o médico é essencial para a investigação da causa e condução do melhor tratamento”, explica o especialista.
A dor pélvica com duração superior a três meses se torna crônica e impacta de forma negativa na qualidade de vida da mulher, com prejuízos às suas relações sociais, sexuais, além de causar profundo mal-estar. Muitas vezes, mesmo que a causa seja tratada, a dor crônica pode prevalecer, o que vai requerer do médico abordagem multidisciplinar.
“O diagnóstico começa com uma boa conversa entre médico e paciente, que pode colaborar para eliminar algumas das opções. Em seguida, exames de imagem podem ser solicitados, como ultrassonografia. O tratamento inclui desde analgésicos, terapia, fisioterapia e cirurgias, para casos mais graves”, indica Dr. Marcos.
Dr. Marcos Tcherniakovsky é Ginecologista e obstetra – Especialista em Vídeo-Endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia) e Endometriose. Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É médico responsável na Clínica Ginelife.
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